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Transtorno de Estresse Pós-Traumático

O Tratamento do TEPT é sempre associado a psicoterapia com o uso de medicações. Os principais medicamentos para o transtorno são os antidepressivos com foco na ação serotoninérgica mas existem outras opções inclusive uso de antiadrenérgicos. Estudos demonstram que as terapias individuais mostraram mais benefícios que as de grupo nesses casos. A Terapia de Exposição Prolongada , a Terapia de Processamento Cognitivo , a EMDR ( Reprocessamento e dessensibilização por movimento dos olhos ) , a terapia interpessoal e a psicoterapia psicanalítica são algumas das opções disponíveis.

O momento em que estamos vivenciando de ameaça à vida por uma situação pandêmica pode gerar eventos de extrema violência à nossa estrutura psíquica em especial se passarmos por situações drásticas de desassistência e perda de familiares. Os profissionais de saúde de

hospitais superlotados e emergências estão diariamente expostos à situações de calamidade e ataque às condições de humanidade. Nessas situações, precisamos nos mobilizar enquanto comunidades no fortalecimento de vínculos, identificação e cuidado precoce daqueles mais expostos. Todas as medidas que diminuam o número de infectados e de casos graves devem ser incentivadas pois elas correspondem também à uma maneira de atingirmos uma sociedade menos mentalmente adoecida daqui há alguns meses.

Não é novidade a constatação de que existe uma íntima relação entre “trauma” e fenômenos psicopatológicos. Desde sinais e sintomas mais transparentes como aqueles vivenciados por sobreviventes de guerras até uma relação mais encoberta como as estudadas por Freud na relação do trauma infantil com formação de sintomas; o sofrimento relacionado a eventos traumáticos está presente no dia-a-dia dos humanos , em menor ou em maior intensidade.

É a partir de um olhar psiquiátrico para a magnitude desses sintomas que se pode descrever o então nomeado TEPT ( Transtorno do Estresse Pós- Traumático ). Sua primeira descrição enquanto transtorno diagnosticável surge com o DSM -III ( Manual Diagnóstico Estatístico) em 1980. É importante ressaltar o termo “violência” como algo presente nas narrativas clínicas dos sujeitos que acabariam por se encaixar na classificação diagnóstica. Considerando a complexidade que envolve conceituar os termos , “trauma” , “violência” e “estresse” , adotamos aqui uma ideia pedagógica de que violento é aquilo cuja força intrusiva desmonta a capacidade de resiliência da estrutura psíquica gerando intenso processo de dor e sofrimento e muitas vezes retirando a crença de que uma reorganização psíquica será possível.

O chamado TEA (Transtorno do Estresse Agudo) pode aparecer em até 50 % dos indivíduos que passam por uma situação traumátic , mas a maior parte deles não necessita de tratamento e torna-se assintomática em até 1 mês. Alguns casos, especialmente aqueles que apresentam no estresse agudo os chamados sintomas dissociativos graves ( ex: desmaios, amnésia, etc), tendem a se tornarem crônicos. Os dados de estudos epidemiológicos mostram que a incidência aumenta para até 23 %( no primeiro ano) dos indivíduos que passaram por um evento coletivo traumático com violência intencionalmente provocada ( ex: ataque à torres gêmeas) . Ao passo que para catástrofes naturais ( ex; enchentes e avalanches) , ao longo do primeiro ano o número de pessoas afetadas tende a ir diminuindo.

O diagnóstico do transtorno envolve necessariamente : Ter sido exposto a um evento traumático com risco de morte , a dano físico grave e/ou ataque sexual ou ter sido testemunha desse tipo de vivência. Além disso , na apresentação clínica aparecem as revivescências ao trauma ( lembranças intrusivas, recordações constantes das cenas e/ou pesadelos) , a esquiva ou entorpecimento ( esforço em vão para escapar dessas lembranças) , a hipervigilância ( cautela exagerada com as novas situações perigosas do dia a dia, sustos , irritabilidade e etc.) e o humor rebaixado ( sentimentos de impotência , desprazer com todas as coisas e desesperança).

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